É a vida
Quando notamos que as circunstâncias mudam tudo à nossa volta, que o que tínhamos já nem faz sentido (e se calhar ainda bem), que "perdemos" tempo com tantas coisas que hoje são insignificantes. Ficamos com toda uma nova perspectiva quando construímos uma família e a ela juntamos membros e responsabilidade que não tínhamos.
Já não é só: "onde vou jantar hoje?" "o que vou vestir amanhã?" "o que é que vou fazer no fim de semana?"
Hoje em dia é mais: "não me posso esquecer de ir comprar fraldas e o creme para o rabinho da M. que está a ficar assado", "será que o dinheiro estica até ao fim do mês?", "falta pagar o colégio". "será que a M. comeu o suficiente e não vai ter fome nem sono se formos a sítio X?" "Vou consegui sair do trabalho a horas d elhe dar banho e fazer um jntar como deve ser?"
Dou comigo a pensar algumas vezes como era a minha vida há uns anos, solteira e sem grandes responsabilidades mas tão mais pobre sem a minha família.
A M. é a minha alegria. Ver a evolução dela e o que ela já me ensinou ao longo de só 2 anos é lindo.
Depois vejo o reverso da medalha. Sempre tive um grupo de amigos. Agora tenho um grupo reduzido de amigos e todos eles são pais ou grande parte, pelo menos.
Já me cansei de ter discussões sem nexo por acharem que eu "fechei a M. numa bola" quando ela era mais nova e não a levava para conviver com "a malta". Claro. Chegou-me de ambientes onde havia barulho que eu não consegui controlar, de crianças a chorar e luzes que não apagavam durante dias a fio para a submeter a almoços de adultos que querem estar descontraídos enquanto ela podia estar no conforto do lar com os tios e avós a brincar, sossegada.
As pessoas crescem e tomam consciência que são respnsáveis por uma criança que não pediu para cá estar mas que está completamente dependente de nós mas cabe-nos a nós protegê-la e ensiná-la tudo o que nos for posivel. E vos garanto uma coisa, se depender de mim, vou defender a minha filha e protegê-la mas não vou fazer dela um flor de estufa.