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Entre Fraldas e Livros

Mãe de dois, licenciada em alguma coisa (pouco) relevante que sentiu a necessidade de expressar preocupações que lhe importam e as aventuras que acontecem por aqui.

Entre Fraldas e Livros

Mãe de dois, licenciada em alguma coisa (pouco) relevante que sentiu a necessidade de expressar preocupações que lhe importam e as aventuras que acontecem por aqui.

Andam na minha cabeça e dou por mim a pensar dado que sou questionada quase todos os dias por terceiros sobre estes assuntos, decidi pedir ajuda.

- Quando acham que se tira a criança do berço e se passa para uma cama "normal" só com aqueles apoios laterais sem medo de correr o risco de acordarem com ela ao lado? - esta é uma questão que me deixa quase apavorada. A M. sabe subir e descer da cama "como o pai n'xinou" mas acho que se a puser na cama "grande" a qualquer momento ela vai-se pirar de lá e a meio da noite vai aparecer ao meu lado e dizer -Olá mãe!

- Quando é que consideram, se é que consideram, que é uma boa altura para ter um segundo filho? Tenho ouvido esta questão várias vezes ao longo do tempo. "Quando é que dás um(a) irmã(o) à M.? Já está na altura, depois a diferença de idades é grande. Ora, eu tenho 3 irmãos. O meu irmão tem 2 anos a mais que eu, eu tenho mais 8 que a minha irmã e mais 12 que a outra.

Para além de que, alguém (suspeito quem sei quem foi) ensinou à M. a dizer "qué um imão"! - então ela volta e meia lembra-se e anda atrás de mim a dizer isto...

Diferença de idades são conceitos relativos. Gostavamos de ter mais um filho mas não se seria já e tirar a "exclusividade" à M.

- A M., tendo 2 anos e 2 meses já consegue ter algumas conversas fluídas. Há quem fique a olhar para mim e a achar que eu sou doida mas ela tem muitos tios (5) que puxam por ela e avós. A cabeça daquela criança não pára um segundo que seja. Só a dormir e nesse campo ela dorme mais de 12 horas seguidas. É só ela? Deita-se às 21h/21.30 e acorda algures entre as 10h e as 11h.

- Não soube o que eram cólicas, dores de barriga, febres muito altas... Nada. Soube o que eram muitas outras coisas mas isso não.

(se calhar falo de boca cheia mas... ) E por isso tenho medo de arriscar noutro filho e que me saia o contrário da M.

Ela é uma companhia melhor que muitos adultos. Pena que ainda não consiga aguentar quieta mais do que 10 minutos.

 

Estas questões são só minhas?

 

2 anos 2 meses 1 dia. Fala que se desunha. A novidade é dizer as vogais se enganar e o abecedário com um bocadinho de ajuda. Sabe as cores e sabe bem qual gosta (o amarelo sem dúvida). Agora põe as mãos na cabeça e diz "é munco compicado". Gosta de fazer "cambaiocas" mas tem mego. Vê o "Timmy time", continua a adorar o panda e os caricas e agora descobriu todo um mundo no YouTube com a família dos dedos, unboxxing de brinquedos e com surprise eggs (nem fazia ideia que havia vídeos de horas com isto mas ela sabe bem quais gosta). Às vezes a minha filha assusta-me. Sabe em que bairro mora, cidade, país, continente, planeta... Acho que a cabeça dela ainda vai explodir com tanta informação. Mas é feliz 😊e isso vê-se estampado na cara dela.

Sempre ouvi dizer. E é em todo o lado e para tudo.

Há pouco tempo ouvi dizer por aí que este blog não é lido por ninguém. Se é ou não, não sei mas pelas estatísticas do sapo parece que sim e deve estar "favoritado" em alguns PC's por aí fora.

E parece-me também que começa a ser alvo de "críticas" direccionadas mas em redes sociais e à minha pessoa. 

Oh well, uma coisa que se faz só por diversão e pela vontade de escrever e as pessoas só conseguem ver mal nisso e olhar para o seu umbigo. What can we do?

Cada vez mais sou a favor da máxima do Karma e da vontade de aproveitar cada segundo com a maior intensidade possível.

Sejam mas é felizes, pá!

Depois de um incêndio que devastou aquela que tinha o potencial d'A Nova Casa Terror (ver aqui), e que teve uma curta (abriu a 10/05/14 e fechou a 21/05/14) mas parece aterradora vida, Ele está de volta. E Ele quem? O Labiritnto Lisboa

Já há tempos falei dele aqui  mas não cheguei a conseguir lá ir com muita pena minha porque quando comecei a juntar o grupo para a excursão assombrada, o labirinto fechou.

Desta vez, nem que acampe lá à porta, eu vou. E sei de 3 pessoas que (eu espero) que vão comigo e não se acagassem à última da hora...

Alguém por aqui conseguiu ir antes? Têm feedbacks por aí?

14 Jan, 2015

Munco ti

É o que eu ouço quando a vejo. É o que ela me diz quando acorda e me vê. Olha para mim meia ensonada e diz "mãe, munco ti" o que se traduz por "mãe, gosto muito de ti". Garanto-vos que é a melhor forma de começar o dia. 💖💙 só melhora quando a isso ela junta um "abajho" (abraço) e estende os braços. Tenho a melhor e mais carinhosa filha do mundo, quando está para aí virada. Eu também munco ti filha 💖

Nem força tenho nos dedos para escrever.

Quando saio de casa e o termómetro do carro diz 1º ou 2º o meu cérebro congela e não consigo ter ideias para depositar aqui no blog, daí isto andar paradito. 

No entanto, escrevo hoje com um texto retirado do site http://mariacapaz.pt/ onde a Joana, professora de filosofia para o 1º ciclo, fala de como aborda as aulas contorna a filosofia às crianças.

Se eu fosse professora, e cheguei a pensar várias vezes em dar aulas ao secundário, acho que a minha postura seria semelhante à dela.

Diz ela que: 

“Está bem, professora. Mas tu não tens mesmo sapatos de salto alto?!”

Sou professora de filosofia, no 1º ciclo. Sim, leram bem: filosofia para crianças, em escolas públicas. Um dia destes posso contar-vos do maravilhoso que é estar com crianças a reflectir sobre coisas como “o que é uma pessoa?”, “se as bonecas podem ter os mesmo direitos que os humanos” e “por que é que existe o amor?” com mini pessoas humanas entre os 5 e os 10 anos.  E do perigoso que é, tornar as crianças conscientes do seu pensar e sentir desde muito cedo. Mas esse não é o tópico que me traz aqui hoje.

Venho falar-vos da forma como foi recebida na escola, pelos meus alunos. Quando entro no portão da escola costumo demorar em média uns 15 minutos até chegar à entrada do edifício: pelo caminho recebo abraços, beijinhos, sorrisos e também um ar de “oh não vamos ter filosofia hoje!”. E perguntas, costumo ser bombardeada com perguntas – pouco filosóficas, diria, mas que interessam à pequenada.

O Bruno, do alto dos seus 8 anos, encontrou-me um dia e perguntou: “professora, tu não usas sapatos de salto alto?” Ao que respondi, não, habitualmente não. Ele insistiu: “Está bem professora. Mas tu não tens mesmo sapatos de salto alto?” Soltei uma gargalhada. Comecei a rever mentalmente o conteúdo da minha sapateira e lembrei-me de uns sapatos de cunha. Olha, Bruno, até tenho. Mas normalmente, como vês, ando muito de ténis e de botas. É mais confortável para mim.

Ele sorriu e foi brincar. Uns dias depois, encontrou-me no corredor. “Olá Professora. Tu não tens malas?” Bruno, tenho sim. Às vezes até trago uma. “Sim, mas andas de mochila, como nós.”

Já não basta ser a professora de uma disciplina onde as respostas não são imediatamente corrigidas com certo e errado – são sim debatidas em grupo – ainda por cima uso ténis e vou de mochila para a escola.

Recordo-me das minhas professoras da escola primária (ainda sou desse tempo) e, agora que penso nisso, acho que nunca as vi de ténis ou de mochila. Talvez não fizesse sentido para elas: os tempos eram outros e a imagem da professora era outra. Sim, digo professora, pois constato empiricamente que a maioria dos profissionais do 1º ciclo são mulheres – e conto pelos dedos os professores que conheço.

Uma das minhas características, desde muito nova, é atender à forma como as pessoas se vestem. A minha mãe conta que, por exemplo, eu todos os dias referia aquilo que a professora tinha vestido e comentava também a roupa dos meus colegas. Confesso que até hoje nunca consegui perceber como é que a minha amiga da primária, a Raquel, conseguia usar meias amarelas quando a sua roupa era maioritariamente em tons de azul. “As calças tapam, quase não se vê”, dizia-me ela. Mas o facto é que eu via.

Os meus alunos já me aceitaram, na estranheza que comporto: sou professora de filosofia, visto quase sempre de preto, tenho várias tatuagens visíveis e costumo dizer-lhes que “a filosofia é fixe”.  Peço-lhes diariamente que me tratem por Joana, ao invés de “professora”. Perguntaram-me o motivo. Respondi com um exemplo: imaginem que eu agora vos tratava a todos por aluna ou aluno. “Mas nós temos nome”, gritaram em uníssono. Eu também, meus amores. Eu também.

Um dia destes conto-vos sobre uma pergunta importante que um dos alunos fez. “Professora, tu não tens filhos?” Antecipo a resposta: não, não tenho. E não sou maria incapaz para ter um." 

in: http://mariacapaz.pt/cronicas/professora-nao-tens-sapatos-de-salto-alto-por-joana-rita-sousa/

 

Eu era pessoa para ir dar aulas de ténis ou botas rasas. É assim que estou confortável. E calças de ganga com camisolas de cores mais escuras, tal como a Joana.

Tenho tatuagens e piercings, como ela, que nunca me impediram de nada, pelo contrário. Tenho uma postura que em nada se assemelha com a idade que já tenho (não sou nada velha mas já não tenho 20 anos).

Ainda este fim de semana falava sobre isso com os meus pais. No colégio da M. insistiam em chamar-me de Senhora e eu, às tantas, respondi, como é normal "a Senhora está no céu. Ainda sou nova para esse tipo de tratamento. Trate-me pelo nome". O meu pai olhou para mim e perguntou-me se eu sabia que idade ja tenho. Respondi que sim. Tenho 30 anos (e pensei para dentro "raios, JÁ tenho 30 anos!") mas não me sinto com essa idade. Aliás, não faço ideia de como alguém com 30 anos se deve sentir. Estou baralhada com as idades... 

 

 

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