Não podia, de todo, deixar de falar do "assunto do momento", por mais fria e calculista que possa parecer.
Porque sou uma cidadã, ex aluna da Universidade Lusófona, com nenhum orgulho, porque me preocupo, porque sou mãe, porque principalmente fui aluna e porque acho que há coisas que passam largamente das marcas.
Tenho andado em cima de todas as notícias que saiem sobre este assunto, tenho conversado sobre isto, tenho uma minha opinião formada acerca do assunto.
A meu ver foi uma praxe que foi longe demais. Parece-me que os jovens deviam ter alguma maturidade, sentido de responsabilidade e dado que estava dado um alerta vermelho, acho difícil que se tenham lembrado de ir passear para a praia do Meco, de madrugada, só porque é bonito. Sei que nas praxes não é permitido o uso de telemóveis, apenas ao superior hierárquico (been there, done that) mas... acho que deve haver limites.
Já passou mais de um mês do acontecimento e claro que agora é que o típico "Zé Povinho" se lembra de "ter visto 7 jovens a andar com pedras agarradas aos pés" ou "a fazerem figuras e terem sido interpelados ao que responderam para não se meterem porque aquilo era uma praxe" Yeah right! Mais de um mês depois!? Então e na altura ninguém se lembrou de nada? Afinal quem é que sofre aqui no meio de amnésia selectiva?
Tenho muita (odeio esta palavra mas não me ocorre uma melhor) pena dos pais dos miúdos porque não sabem o que se passou naquela noite com os filhos e, isso sim, acredito que seja uma dor significativa. Eles estavam, acima de tudo, descansados porque os filhos estavam a estudar para tentar garantir um futuro melhor.
A minha experiência na mesma instituição foi a pior, não aconselho a ninguém, pelo contrário. Acho que a dita universidade tem muitas arestas por limar e deve começar por aí e não fechar-se em copas como sempre tem feito cada vez que aparece um escândalo (convenhamos que têm sido uns quantos ultimamente).
Bem sei que a mesma não se intromete nas praxes, no meu tempo também não o fazia MAS!, há limites. Quando o director de um dos cursos é assumidamente anti-praxe, quando se vê que as praxes estão a ir longe demais, não será altura de tomar uma posição?
O intuito de praxe é de integrar os alunos, passar apontamentos, inter-ajuda, não é o de humilhar, fazer passar vergonhas, chegar ao coma alcoólico (como muitos poderão imaginar).
A vida académica é mais do que um fato preto com uma capa ao estilo do batman, com o intuito de humilhar os mais novos que entram para um mundo novo, maravilhados com um sem fim de possibilidades. Os caloiros não são escravos dos veteranos (e aqui acho e vi muitos veteranos baralhados, coitadinhos, com o lugar deles.), a ideia, mais uma vez não é terem empregados, é tentar INTEGRAR! (estou um bocado repetitiva, dado que este assunto é-me particularmente sensível).
Neste caso em especial, há tantos pontos que não batem bem que basta perder uns minutos e pensar um bocadinho.
Mas quem sou eu? Sou só uma ex aluna e mãe e cidadã preocupada. Não é por mim, é mesmo pelos pais dos miúdos que merecem mais respeito do que o que estão a ter, merecem que os filhos não sejam especulados como estão a ser.
http://www.tsf.pt/Programas/programa.aspx?content_id=904110&audio_id=3653080
fica aqui das melhores crónicas que ouvi! "é raro o semestre em que não haja lá bronca" - pois.. eu bem disse...